quarta-feira, 22 de abril de 2009

Le debut


Le debut...A primeira vez a gente nunca esquece.

São Paulo, junho de 2006. Estava de férias da faculdade e completamente entendiada. Queria viajar para quebrar aquele marasmo. Chamei meu irmão e ele não topou. Chamei um monte de amigo e ninguém topou. Até que uma amiga tava quase topando viajar comigo de ônibus até Ouro Preto- MG, quando ela desistiu de última hora. Eu já tava quase embarcando no ônibus quando me deparei com uma promoção de passagens aéreas ida e volta de SP a Caxias do Sul por R$ 50,00. Foi a deixa! Mais barato que ir a Minas Gerais! E ainda por cima chegando no Sul de avião!

Me lembro bem...comprei a passagem numa terça feira e numa quinta, bem cedo, já tava embarcando pra Caxias. Fui sozinha mesmo, mandei os outros lamberem sabão (pra não dizer outra coisa). Não tinha reservado hotel, albergue, nada...Não tinha a mínima idéia do que iria fazer quando chegasse por lá. Completamente na cega! Me lembro que cheguei no Aeroporto de Caxias e peguei um ônibus circular até a rodoviária, com toda aquela tralha nas minhas costas. Decidi tomar um ônibus até Gramado, assim na louca. Lembro que fui chegar em Gramado era mais de 10 h da noite e por sorte tinha vaga no albergue da cidade. O tour começou bem assim rsrsrs.

Foi muito bom! Minha primeira aventura foi ter visitado toda a serra gaúcha em ônibus circulares. Passei por vinhedos, cidadezinhas perdidas no mapa, comi em cantinas simples massas muito gostosas e sentei em vários bancos de pracinhas simplesmente para tomar sol num frio matinal de 2°C. Os dois passeios que fechei em pacotes foi a visita e degustação na vinícola Miolo e o passeio de Maria Fumaça. Ambos surpresas muito agradáveis. A Maria Fumaça foi um caso a parte, pensei que fosse aquela coisa chata de passeio para 3a idade. E realmente a 3a idade estava presente em peso. O porém é que durante o passeio era servido vinho pro povo...Para numa estação bebe vinho...na próxima bebe mais vinho...e mais...e mais...E no fim tava todo muito muito alegre e pagando bafão cantando "La Bella Polenta". Foi hilário ver os velhinhos trançando as pernas. E eu lá no meio, igualmente "alegre".

Não precisamos necessáriamente sair do Brasil para ter uma experiência louca! Meu debut prova isso!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Sendo um viajante

Vou tentar repassar a essência do que é ser um viajante....

Primeiro gostaria de dizer que a atividade de turismo é algo recente na humanidade. Séculos atrás ninguém se atrevia a viajar somente pelo prazer de viajar. Viajar era algo perigoso, arriscado, quando nao se havia automóveis ou onibus e o transporte via marítima era algo penoso. Sabemos que agora há muitas facilidades em termos de deslocamentos. O turismo começou a ganhar força quando se consolidaram as leis trabalhistas e as férias e folgas passaram a fazer parte da vida do trabalhador. Fazer turismo é algo absolutamente normal.

Ser turista é aproveitar, relaxar e descansar. E quanto a ser um viajante? Envolve isso e muito mais...O viajante procura se envolver com a cultura do local visitado. Se relacionar com os habitantes locais. Aprender novos hábitos e uma nova língua. Procura, depois que volta pra casa, incorporar a cultura e costumes aprendidos à sua rotina. Enfim, ser viajante é procurar uma nova experiência de vida.

Nada, mas absolutamente nada contra agências de viagens e seus pacotes.Realmente é mais prático, não tem que pensar em onde ficar, onde ir, em nada...As vezes é isso que queremos mesmo. Porém a liberdade e o contato com a cultura local que uma viagem independente proporciona é uma experiência única. O problema é que liberdade dá um trabalho...Como tudo na vida.Fazer todo o planejamento de itinerário, previsão de gastos, tomar decisões...Fora o risco maior de cair em roubadas. Mas vale a pena, pois você é senhor absoluto do seu tempo. Dá para ir embora de lugares chatos mais rápido e pedir um bis naqueles super interessantes ou divertidos. Dá para fazer mudanças repentinas de roteiro sem dar muita satisfação. Como você é senhor do seu tempo, dá para perder totalmente a noção do mesmo.

Recomendo 100% uma viagem independente. Seja um viajante.

Como funcionam os albergues

Quando a gente fala que se hospedou em um albergue, muita gente tem arrepios. Acha que é um pulgueiro horroroso, com um monte de gente amontoada e com localização ruim na cidade. Alguns casos até pode se encaixar na descrição, mas na maioria das vezes nao é o que ocorre. Existem albergues até mais luxuosos que muitos hotéis por aí. Para mim, vejo como uma hospedagem barata, lugares simples porém limpos e arrumados. Tenho na minha mente que para fazer turismo não é necessário luxo, então uma caminha limpa já é suficiente. A maior vantagem dos albergues (tirando os preços mais baixos), é a possibilidade de se conhecer gente e fazer amigos.

O principal esquema dos albergues é que eles se baseiam na coletividade. Os quartos são compartilhados, assim como banheiros, cozinha e obviamente as áreas comuns, como sala, salão de jogos e etc. Talvez seja isso que assusta algumas pessoas, porque, sem enganar ninguém, a sua privacidade é reduzida, pois o mais comum são os dormitórios de 4 a 6 pessoas.É claro, sempre há opções de dormitórios e quartos privativos para 2, 3 pessoas, lembrando que aqui você paga mais caro pelo aumento de privacidade. Assim como os banheiros. A presença ou não de banheiro no seu dormitório pode alterar os preços.

Existe uma rede principal de albergues que é a hosteling international (conhecida também com a sigla HI). É a mais conhecida. Há também albergues alternativos, que podem ser melhores e mais baratos que a rede principal, mas aconselho aqui a você pegar dicas com outros viajantes a respeito do estabelecimento, se você pretende se hospedar nos alternativos. Pode haver barbadas excelentes ou roubadas inquestionáveis.

Quanto aos tipos de albergues, há de tudo. Desde prédios convencionais, até casas de família transformadas em hospedagens. Já vi coisas exóticas, do tipo albergues instalados em navios desativados, onde as janelas dos quartos são escotilhas. Ou mesmo antigos castelos medievais igualmente transformados em albergues. Gosto muito dos tipos "casa de família". Muitos deles são administrados por vovózinhas simpáticas, onde vc se sente mesmo dentro de uma casa de vó, mimado que nem...Há também aqueles onde rola mais zoeira e aqueles mais tranquilos, aí depende do gosto de cada um.

Alguns sites interessantes onde se é possivel fazer reservas:

  • www.hostelworld.com
  • www.hihostels.com

Atenção: É extremamente recomendável fazer a reserva dos locais onde você irá se hospedar com alguma antecipação para evitar eventuais sustos. Os sites acima cobram taxas em torno de U$ 1 para fazer a reserva. Há também o seguro cancelamento, também em torno de U$ 1, que também recomendo. É pouco, simples e rápido. Evite situações desagradáveis.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Viva a terra dos Boludos !



Chicas fazendo pic nic de mate em algum vilarejo perdido na Argentina.


Aqui está o meu top 5 das melhores e piores coisas da terra dos boludos.

É o que há:
  • Puerto Madero a noite.
  • La Boca e el Caminito (Boca Juniors é dispensável).
  • Massas frescas servidas nos restaurantes, que pareciam ter vindo da casa da vó.
  • Asados (sim, com um só "s") e Parrilladas.
  • Pic Nic com facturas (croissant doce) e mate.
Roubadas:
  • Os lugares são muito afastados uns dos outros.
  • Axé, pagode e sertanejo tocando nas radios porteñas. Cantado em espanhol.
  • Hordas de brasileiros mal educados circulando pela calle Florida.
  • Igreja Universal tomando conta dos subúrbios de Buenos Aires.
  • E por último, mas não menos importante: Los Boludos !!!

sábado, 4 de abril de 2009

Madalena é uma viga flertida



Acho que todos conhecem ou já ouviram falar da minha cachorrinha, a Madalena ou Madá, para os mais íntimos. Ela é uma dashund (cachorro salsicha) preta, uma senhorinha de quase 11 anos. A coitadinha sofre com bico de papagaio na coluna, e problemas de coluna nesse tipo de cachorro são muito frequentes, ainda mais na idade em que ela se encontra. Mas por quê?

Madalena é uma viga flertida. A coluninha dela é a viga e os apoios são as patinhas minúsculas. O cachorro salsicha é assim porque eles são de uma raça de cachorros anões. O corpo e a cabeça tem proporções de um cão normal, porém as patas ficam atrofiadas. O resultado do nanismo é esse, daí que eles tomam o aspecto de uma salsicha. E o que isso tem a ver com problemas de coluna? Pelo tamanho do corpo e das patas, a separação entre os apoios de sustentação da viga (ou coluna) é grande. Guardadas as proporções, é como se fosse aquele vão enorme do MASP. Aí o que acontece é que o momento flertor na região no meio da barriga é muito grande, maior proporcionalmente que em outras raças de cachorro. Como consequência, a flecha de deformação também. Os apoios que sustentam o MASP são projetados para aguentar o prédio, porém as patinhas da Madá não. É um valor muito alto para que as patinhas e a coluninha consiga suportar. Aí com a idade, a tendência do conjunto é ceder e gerar problemas.

Como evitar ou atenuar isso? Bom, alterar o design do cachorro não dá, já que esse é determinado pela genética. Ou melhor, pela manipulação genética cruel dos seres humanos. O jeito é evitar que o animalzinho fique obeso. É muito simples, quanto maior o peso, maior o momento flertor (das aulas de física, momento= força x distância, e força= massa x aceleração, portanto a massa tem tudo a ver com a situação). Portanto, ração light nos bichos. A Madá é um caso sério de se controlar, ela adora comer lixo e outras porcarias que estômagos normais não digerem. Ela é famosa pelos ataques bulímicos, de comer um monte de porcaria e depois vomitar tudo. Mas isso a gente já convive a quase 11 anos e com alguns sustos, como as duas cirurgias que ela passou para retirada de meias do estômago.

Eu tô estudando muita resistência dos materiais! Pessoas loucas aplicando conceitos de RM no cachorro. Isso não é normal. Vou consultar o psiquiatra...

:)

quarta-feira, 1 de abril de 2009

Aviso aos navegantes: eu vou voltar !


Abriu de novo o concurso para engenheiro naval. Estou no páreo! Tô que não aguento mais de saudades da farda. Mais do que isso, de me divertir o dia inteiro com a rotina militar. Era sofrido, era perseguição 100% do tempo, mas como sujeitinha sádica que sou, era tão engraçado rir da desgraça dos outros (ainda que isso custasse punição pra você depois kkkk).

Só lamento de não poder voltar pra Infantaria, mas simplesmente não preencho o mais básico dos requisitos: ter um troço a mais entre as pernas.Sorry! Mas o Selva Power será para sempre!

Aguardem!