
Oi Vô!
Não sei quanto tempo você ainda ficará conosco.
Não sei quanto tempo você ainda ficará conosco.
Sei que tem pessoas que até se arrepiam de falar nesse assunto. Esse assunto não é comentado nem a pau. Mas la veritè taí...Um dia a mais ou a menos, fatalmente isso vai acontecer. E dessa vez estarei preparada. O diagnóstico do câncer me fez acender a luzinha para as coisas que realmente importam.
Acho que nunca é tarde para dizer o quanto te amo. O quanto o senhor é importante para mim, o quanto a sua casa foi o meu porto seguro. Vou ficar satisfeita se tiver pelo menos a metade da plenitude que foi a sua vida até agora. E quero aproveitar ao máximo agora o fiozinho de vida que ainda te resta.
O vô mais louco que eu já tive. Que caçava perdizes e criava uma cachorrada do mal. Que se divertia colocando latinhas de skol em cima do muro do quintal e dava um revolver 22 pra uma menina de 9 anos atirar. Que se divertia em ver coisa errada. Que passava os fins de semana dando uma de mestre cuca e que cozinhava também as ceias de Natal. Que me mimava me entupindo de bombom garoto e....tchan tchan...BALAS CHITA! Perdi a conta das vezes em que me desdobrava de dor de barriga por causa da bala chita. E tinha que ser sabor abacaxi, tá ! A de uva era ruim que só.
A cachorrada era algo a parte...Lembro quando o Rambo, aquele vira lata malhado de preto e branco, chegou na sua casa. Você dizia "Ah é só pras crianças verem, depois eu devolvo o filhotinho". Ah tá bom. As "crianças" ficaram vendo o cachorro ali por 18 anos. Cachorro matusalém.
Olhando pra trás, só tenho a agradecer por esse bando de traquinagens geradas pelo seu espírito de porco. Você me estragou total. Mas que deixou minha infância mais feliz, ah isso deixou. E pode ficar tranquilo. Os seus genes de espírito de porco foram devidamente transmitidos. Essa criatura que aqui escreve é uma porra louca igualzinha ao senhor...
Te adoro demais e sempre vou torcer por você!
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