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domingo, 6 de setembro de 2009

Trilha sonora para a corrida

Aqui vai o meu top 10 de músicas para correr, em ordem crescente. Sei que a escolha de trilhas sonoras é algo muito pessoal, mas acho que nessa seleção tem algumas músicas que é impossível não associar com esse exercício físico:

  1. Sleeping in my car - Roxette. Essa também serve para dar cavalinhos de pau com o seu carro, bem furiosinha para aumentar o ritmo das passadas.
  2. It´s my life - Bon Jovi. O próprio refrão já antecipa a hora da morte "it´s my life and it´s now or never".
  3. How do you do- Roxette. Sinta-se uma miss sendo secada pelos saradinhos do parque. " I see you comb your hair/ and give that grim/ it makes me spin now/ spinning within/ before I melt like snow/ I say hello/ How do you do?"
  4. Que maravilha! - Jorge Ben Jor. Essa é para os dias de chuva e lama. A letra da música já diz tudo e fico imaginando a cena descrita "lá fora está chovendo/ mas assim mesmo vou correndo/ só pra ver/ o meu amoooor".
  5. Gonna fly now- Trilha sonora do Rocky. Precisa de descrição? A ceninha do Rocky Balboa correndo nos trilhos do trem ao som dessa musica já explica tudo.
  6. Last train to London - Eletric Light Orchestra. A batida disco parece empurrar para frente.
  7. Gipsy- Fleetwood Mac. Uma graça...me sinto a própria cigana. Também música para observar a "paisagem"...
  8. Huricane - Bob Dylan. Huricane é um boxeador, mas dá para extrapolar sua força e energia para as pistas de atletismo e as ruas.
  9. Love is in the air- Jonh Paul Young. Embarquei totalmente na onda "Love is in the air", é uma vibe muito legal e atualmente é a minha música chiclete, aquela que ponho pra tocar 200 vezes no meu i-pod, seguidamente sem interrupção. É um sonho correr ouvindo ela, parece que to pisando em nuvens, por mais que a "canelite" esteja pegando...
  10. Go your own way - Fleetwood Mac. Run Forrest, run !!! Essa daí também dispensa explicações. É o maior hit runner de todos os tempos!

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Go your own way


Gosto muito do filme do Forrest Gump. Assiti trocentas vezes e nessas n + p vezes que vi, nunca perdeu o encanto. Uma das melhores cenas é quando o Forrest surta e começa a correr sem parar. Primeiro ele vai até a fronteira da cidade dele (Greebow), depois até a fronteira do Alabama, seguindo até a costa do Pacífico e indo cada vez mais além. Ficou um bom tempo da vida dele só correndo. Aí na cena tocava a música do Fleetwood Mac, "Go your own way", muito poético.

Bom, faz muito pouco tempo que descobri essa sensação estranha igual a do Forrest. De você se desligar do mundo e se concentrar somente na sua respiração. De você correr, correr, correr sem se importar com dor no corpo, se falta ar, quanto falta para chegar...Melhor, entrar num estado tal que nem com a chegada você se importa, aliás não consegue parar, na cabeça o único pensamento é "continue correndo". Em 12 anos de prática de karate e meditação massiva não entrei em tamanho "alfa". E com a bicicleta, por mais que você tente, não consegue se desligar totalmente, você tem que se concetrar nas irregularidades da trilha quando vai pro mato, com trânsito quando está nas ruas e com os farofeiros que insistem em plantar a bunda no meio da ciclovia quando vai para os parques (abrindo um subdiálogo, eu odeio isso, você tá ali no seu ritmo louco e vem um fdp pra quebrar sua frequência de pedalada, eu também não valho 1 mísero centavo e faço o favor de jogar minha possante contra a turma da farofa).

Comecei a correr por motivos de força maior, meio contra a minha vontade, por conta de uma exigência de um teste físico que terei que fazer. Sempre fui uma viciada em esportes, porém a idéia de correr distâncias maiores que 200 m me dava tremelique. Era começar a correr, pra começar a sentir zonza e ofegante, com as pernas pesando 1 tonelada, pra eu parar antes de completar o 1o kilômetro. Era um bloqueio psicológico mesmo. Um belo dia, já meio desanimada com meu desempenho pífio, invoquei que ia correr o que era pedido e pronto. Aí comecei a empreitada e vieram todas aquelas sensações horrorosas, mas decidi que ia manter o foco. Com a minha insistência, depois de algum tempo as pernas já não doíam tanto, consegui manter a respiração e ganhei como recompensa o tal estado "alfa". Pronto, venci o meu bloqueio psicológico.

Agora sim entendo direitinho essas pessoas viciadas em corrida. Que levam o corpo aos limites e que não conseguem parar. É o vício em endorfina, que também se manifesta em outros esportes, e esse vício causa umas crises de abstinência. Já tive níveis doentios de abstinência de exercícios físicos, ao ponto de ficar neurótica quando o professor de karatê faltava ou quando chovia muito e não conseguia sair com a bike. Tinha vezes que mesmo com chuva me mandava, e quando os outros me chamavam de louca por voltar ensopada pra casa, simplesmente ria e falava "ora bolas, eu não sou feita de papel". Essa maluquice me custou uma infecção bacteriana braba na garganta. Ficava num mau humor impossível no dia seguinte se não conseguia fazer exercícios. Sempre fui uma viciada em endorfina. Agora parece que com a corrida esse vício anda se potencializando, apesar de ainda ser uma mirim nesse esporte.

Trepar na bike sempre foi uma das minhas principais fontes de se obter orgasmo (claro, sem contar fazer amor com um cara de preferência saradinho). Mas assim como o sexo, é sempre bom procurar outras alternativas de exercícios para que o seu "transe endorfínico" não caia na mesmice.

I can go my own way!