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quarta-feira, 24 de dezembro de 2008
Feliz Natal
A 18 dias da chegada: Feliz Natal a todos! Simples assim!
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Macchu Picchu,
Pessoas especiais
sábado, 15 de novembro de 2008
Para o Vô

Oi Vô!
Não sei quanto tempo você ainda ficará conosco.
Não sei quanto tempo você ainda ficará conosco.
Sei que tem pessoas que até se arrepiam de falar nesse assunto. Esse assunto não é comentado nem a pau. Mas la veritè taí...Um dia a mais ou a menos, fatalmente isso vai acontecer. E dessa vez estarei preparada. O diagnóstico do câncer me fez acender a luzinha para as coisas que realmente importam.
Acho que nunca é tarde para dizer o quanto te amo. O quanto o senhor é importante para mim, o quanto a sua casa foi o meu porto seguro. Vou ficar satisfeita se tiver pelo menos a metade da plenitude que foi a sua vida até agora. E quero aproveitar ao máximo agora o fiozinho de vida que ainda te resta.
O vô mais louco que eu já tive. Que caçava perdizes e criava uma cachorrada do mal. Que se divertia colocando latinhas de skol em cima do muro do quintal e dava um revolver 22 pra uma menina de 9 anos atirar. Que se divertia em ver coisa errada. Que passava os fins de semana dando uma de mestre cuca e que cozinhava também as ceias de Natal. Que me mimava me entupindo de bombom garoto e....tchan tchan...BALAS CHITA! Perdi a conta das vezes em que me desdobrava de dor de barriga por causa da bala chita. E tinha que ser sabor abacaxi, tá ! A de uva era ruim que só.
A cachorrada era algo a parte...Lembro quando o Rambo, aquele vira lata malhado de preto e branco, chegou na sua casa. Você dizia "Ah é só pras crianças verem, depois eu devolvo o filhotinho". Ah tá bom. As "crianças" ficaram vendo o cachorro ali por 18 anos. Cachorro matusalém.
Olhando pra trás, só tenho a agradecer por esse bando de traquinagens geradas pelo seu espírito de porco. Você me estragou total. Mas que deixou minha infância mais feliz, ah isso deixou. E pode ficar tranquilo. Os seus genes de espírito de porco foram devidamente transmitidos. Essa criatura que aqui escreve é uma porra louca igualzinha ao senhor...
Te adoro demais e sempre vou torcer por você!
sábado, 11 de outubro de 2008
Para o Bé

Nossa cultura não ensina as pessoas a lidar ou conviver com a morte. Há um culto exagerado à juventude, o que nos faz acreditar que somos invencíveis. De uns anos pra cá o assunto morte tem cada vez sido empurrado para debaixo do tapete. As pessoas morrem na assepcia dos hospitais, sozinhas, sem a presença dos entes queridos. Ninguém fala, ninguém comenta, ninguém vê. A gente não acredita que essas coisas podem acontecer conosco, de pessoas tão próximas partirem. Mas acontecem.
Foi assim que me senti quando recebi a bomba, foi um baque daqueles. Um acidente de carro na via Dutra.Parecia algo surreal ! Um garotão de 25 anos que fez parte da minha vida, que frequentava a minha casa, com quem tive um relacionamento muito bacana simplesmente...partiu...Por mais que já estivessemos separados, existia a possibilidade de pegar o telefone e dar um alô, como vai, e a vida ? Cair a ficha que isso nunca mais seria possível demorou. Que eu não iria mais ouvir aquela matraca falando alucinadamente, ou tocar aqueles cabelos macios que raspados na nuca lembravam o toque de um urso de pelúcia. Que eu não iria mais passar trotes para a cia de infantaria me identificando como professora de ballet. Que as gozações terminaram. Existiam alguns ressentimentos para ser acertados entre nós e algumas dívidas financeiras (ele me devia 5 reais de um milk shake de ovomaltine kkkkkkk). A parte financeira, bem deixa pra lá. Desse mundo carnal ninguém leva nada. E os ressentimentos vão ter que ser acertados somente comigo e mais ninguém.
Por acreditar que a partida dele foi por ele ter cumprido sua missão, já não me revolto mais contra a justiça ou injustiça divina. Foi, foi, ponto final. Não entro mais nesse âmbito. O que dói agora é a saudade. As lembranças. Elas me acompanham aonde quer que eu vá. Um lugar que frequentávamos...uma frase de efeito...uma roupa especial de alguma ocasião especial. Dói tanto, machuca muito meu coração. Isso só o tempo mesmo para se encarregar de curar as feridas.
Prestei o concurso para oficial da Marinha hoje e uma coisa ficou na minha mente...Faltava 3 meses para ele se formar quando ele morreu. Ele era o tipo do cara vibrão, que gritava Infantaria! Selva! pra qualquer vira lata que passasse na rua. Era irritante o quanto ele enchia o meu saco para eu ser militar como ele. Aliás eu morria de vergonha quando ele se excedia cantando musiquinha da Infantaria pelas ruas. Pois bem...Acho que o cretino vai ficar feliz lá em cima se pelo menos um de nós tiver a chance de envergar uma espada de oficial atada à cintura.
Selva, Abel !
:)
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