domingo, 23 de agosto de 2009

Fugindo de sexo, drogas e rock n´roll


Anos 70. Auge da contra cultura, da liberação sexual, do movimento hippie e berço do rock n´roll. A visão de um casal de irmãos, ele de terninho, ela de vestidos esvoaçantes e cheios de lacinhos, ambos cantando músicas românticas, era de causar espanto. Era um oásis do açúcar no meio da pólvora. E eles fizeram muito sucesso, mas muito mesmo nesse panorama contraditório. Estou falando dos Carpenters. Richard, com seus arranjos impagáveis, um cara de sacadas geniais, sempre acompanhando Karen, com sua voz de anjo.

Penso que no fundo todo mundo tem seu lado água com açúcar. É tão gostoso suspirar de vez em quando...E imagino que naquela época as pessoas, com toda aquela euforia de mudança, eram um pouco reprimidas de demonstrarem romantismo. Os Carpenters quebraram isso com maestria e hoje conheço muitas pessoas que ainda se emocionam ao ouvir suas músicas, passados 30 anos. Me incluo nessa, apesar de ter nascido bem depois do auge do sucesso deles. Gosto de um rock, um brit pop, ou novidades alternativas, mas ainda de vez em quando pego meus olhos se enchendo de lágrimas quando ouço "we´ve only just begun". Putz, como é gostoso escutar "rainy days and mondays" quando se está na pindaíba, naquela dor de cotovelo que insiste em não passar. A voz da Karen parece um cobertozinho te aquecendo nos dias frios ou um colinho de mãe te consolando quando se está na pior. E as letras das músicas parecem explicar todo aquele turbilhão de sentimentos que todos passamos. Pena a Karen ter ido embora tão cedo...

Falo tanto em ser contra o politicamente correto, burlar as regras, ser diferente, ser rebelde. Agora tô tirando o chapéu para músicos ousados. Cuja principal ousadia foi pregar que não podemos viver sem músicas que tocam o nosso coração.

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