domingo, 21 de junho de 2009

Tubo de Pitot

Essa é beeem polêmica!!! E eu adoro coisas polêmicas!!! Principalmente quando une notícias bombásticas de jornais e revistas com traquinagens de faculdade. Pois bem, li nos jornais que o avião 447 da Air France caiu por falhas nos tubos de Pitot. Afinal, what fuck is that?

Antes de mais nada, segundo conversas com amigos meus que seguiram o ramo da engenharia aeronáutica, um avião nunca cai por uma falha única. A margem de erro por falha de um único equipamento é pequena. Então a probabilidade de uma queda é maior quando propagamos os erros de falha somando os erros de mais de um equipamento. No caso de um avião, pelo menos três causas são necessárias. Essa história de que o avião caiu por conta unicamente de falha no tubo de Pitot é conversa de jornalista sensacionalista e mal informado. E pela nossa experiência no ramo da engenharia, na maior parte dos casos de acidentes aéreos, o fator "cagada do piloto" está presente. Bom, não é complô pra tirar a bunda dos engenheiros da reta, simplesmente é um dado estatístico.

Bom, mas vamos agora ao famigerado tubo de Pitot. É um tubo mesmo, em forma de "L", simples, tosco, nada demais, não demanda grandes projetos de engenharia para obte-lo. Ele serve basicamente para medir a velocidade em escoamento de fluidos. Acho que o meio que todos mais conhecem para medir velocidade é através do tempo que uma partícula identificável leva para percorrer uma distância conhecida. No caso do tubo de Pitot, usamos a pressão como conceito.

Aqui se encontra a relação para leitura da velocidade, tirada de um antigo relatório de laboratório. Eu não vou perder meu tempo com a dedução completa, quem se interessar posso passar o pdf com o maledeto relatório de faculdade:

h2= v1²/2g

Sendo: h2= coluna de fluido do tubo de Pitot acima da superfície livre
v1= velocidade do fluido
g= gravidade


Até pra quem não é engenheiro, dá pra desconfiar que a coluna de fluido tem tudo a ver com pressão. Pressão estática= (densidade do fluido x altura h)/ área. É claro que a dedução da fórmula envolve conceitos mais avançados de mecânica dos fluidos, experts no assunto por favor me perdoem, mas simplifiquei assim para que qualquer um possa entender o que se passa. A figurinha do relatório é meio tosca, mas acho que dá pra entender. Não pensem que o Pitot instalado no avião é algo diferente desse troço.

Das lembranças de faculdade, sobra a molharia que reinava geral nos laboratórios de fenômenos do transporte. Porque afinal, o fluido mais simples de ser cobaia de laboratório é a água.


Um comentário:

suelka disse...

Mary

Por favor vc poderia me ceder uma cópia do relatório do tubo de pitot ? Preciso dele para facul.


Suelka@ig.com.br